1/19/2014

"DROGA" Crack, a pedra no meio ( e ás vezes no fim) do caminho

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O crack certamente é um dos maiores males da sociedade brasileira atual. Há muito tempo este vício deixou de ser mera questão individual para se transformar em problema de saúde pública. Vidas e famílias inteiras já foram destruídas por essa droga, "a pedra", que concentra em si alto poder de gerar dependência. E de levar à morte.

Governos de todo o país peleiam por criar e implantar políticas públicas capazes de dar conta, ao menos em parte, do drama. Algumas bastante polêmicas, como a que se segue.
Em São Paulo, a prefeitura de Fernando Haddad (PT) lançou o Programa de Braços Abertos. A ideia, já em execução, é fazer com que 300 (de um total de dois mil) dependentes de crack da região da Cracolândia, no centro, trabalhem quatro horas por dia na limpeza de ruas, calçadas e praças. Para isso, ganharão bolsa de um salário mínimo e meio por mês, cerca de R$ 1.086,00. E serão alojados de graça em hotéis das redondezas.

Se a intenção do governo municipal paulista é dar condições de uma vida digna a estes usuários, o programa talvez tenha alguma relevância. Contudo, o crack não é a maconha.
O crack é tão devastador que sacode até mesmo a reforma psiquiátrica e a luta pelo fim dos terríveis confinamentos. Os usuários da "pedra" precisam de desintoxicação e de amparo integral. A medida do governo Haddad é, por mais boa intenção possa haver, ineficiente.

Além do mais, o cidadão não usuário de drogas (e por desventura desempregado) poderá, com todo o direito, se perguntar: o governo vai dar emprego, moradia e alimentação para viciados e não para mim?
E poderá concluir, com toda a razão, que em determinada medida é mais vantajoso ser drogado no município de São Paulo do que não o ser. É claro que o exemplo toma-se pela linha do exagero. Não sem motivo. Serve para acentuar a radicalidade da medida.

Os críticos do PT falam em Bolsa Crack. Os mais moderados dizem que o governo paulista teria chegado à conclusão óbvia: estimular o vício, com ares de combate a ele, é mais barato do que tratá-lo na rede pública de saúde. Apenas o tempo dirá se o programa dará mais ânimo para que os drogados de hoje deixem o vício.
A realidade é mais dura. Bem mais cruel e desalentadora. O crack, enfim, pode ser a pedra no meio do caminho (e às vezes no fim) não apenas dos usuários, mas dos governos.

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