7/16/2013
Um fantasma ronda a sucessão do PT
Carlos Chagas
Joaquim Barbosa já sofre as agruras de quem infunde medo. Traduzindo: pequenas notinhas maldosas contra ele, publicadas na imprensa, fazem parte de uma ação coordenada dos que temem sua candidatura, operação destinada a se repetir na medida do crescimento de seu nome nas pesquisas sobre a sucessão de 2014. É possível que o presidente do Supremo Tribunal Federal acabe aceitando disputar o palácio do Planalto, ainda que impedido de apresentar-se como candidato avulso, sem partido, proposta por ele defendida mas que o malogro da reforma política deixará para as calendas. Se aceitar enfrentará o constrangimento de sua apresentação por um pequeno partido, apesar de haver declarado que todas as legendas são de “mentirinha”.
Vai-se formando uma espécie de frente ampla, integrada pelo PT, o PMDB, o PSDB, o PSB e o novo partido de Marina Silva, visando exorcizar o fantasma capaz de tirar-lhes o sono e o sossego. Ainda que, no caso dos três últimos partidos referidos acima, seus líderes adorassem ter Joaquim Barbosa como candidato a vice.
De umas semanas para cá, ele interrompeu as negativas de que não será candidato, de que nunca lhe passou pela cabeça entrar na política. Até porque, querendo ou não, já entrou.
De público, os principais assessores de fato e de direito da presidente Dilma evitam raciocínios incluindo Joaquim Barbosa na equação sucessória, mas em suas conversas reservadas alertam para a hipótese nascida nas ruas. Comparam o polêmico ministro a uma espécie de Jânio Quadros reformado, em condições de transitar diretamente na opinião pública, acima e além dos partidos, com mensagem áspera e implacável.
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